Revista Nova Escola
quarta-feira, 15 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
SUGESTÃO DE LEITURA REFLEXIVA
Realmente temos que repensar sobre nossas práticas educacionais e responder se estamos preparando nossos alunos para o futuro ou para o passado?
http://miriamsalles.info/wp/?p=3614
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EDUCAR- RESPONSABILIDADE DA ESCOLA OU DA FAMÍLIA ?
Educar é um processo longo e seu resultado, seja ele positivo ou negativo, também demora um bom tempo para aparecer. Assim sendo, hoje podemos avaliar mediante os resultados que temos claramente evidenciado no dia a dia, que a educação não está acontecendo de forma correta seja ela dentro de casa no convívio com a família, seja na escola. Como vivemos no tempo do imediatismo, percebemos que a educação, por ser um processo longo, está perdendo as suas características principais e tudo está sendo feito de qualquer jeito. Há o jogo do empurra, empurra onde a família diz que a educação é responsabilidade da escola e a escola diz que os pais não estão cumprindo com o seu papel de educar. Com esta discussão para saber à quem cabe o papel de educar, as crianças estão crescendo sem qualquer orientação, fazendo tudo o que querem e achando que são os donos do mundo. O egocentrismo nunca esteve tão evidenciado nas atitudes das crianças, jovens e adultos como nos dias atuais e temos que ter a consciência de que para modificar esta realidade vamos levar algum tempo. Nos dias de hoje uma pessoa que age com educação e aguarda a sua vez para ser atendido é rotulado como “tonto” ou seja, ser educado hoje, é ser boboca, é pedir para ser passado para trás. Jovens e adultos frutos da revolução na educação que passou de autoritária para condescendente de forma radical, não sabem transmitir conceitos de gentileza, de solidariedade, de respeito, de amor. Vivem o dia a dia exercitando o “eu quero”, “eu tenho”, “eu peguei”, “eu...”, “eu...’. E como os pais não têm “tempo” para educar seus filhos e os professores não têm “tempo” para orientar seus alunos, eles vão passando por cima das pessoas como um rolo compressor, sem enxergá-las. E o pior de tudo é que nunca estão satisfeitos. Temos urgentemente que reestruturar os conceitos de formação de cidadãos a qual fique bem definido qual é o papel da família e qual é o papel da escola, embora saibamos que os dois têm que educar, porém cada um na sua área. Quando se fala que família e escola têm que caminhar juntas não se quer dizer que uma vai desempenhar o papel da outra e sim que uma vai auxiliar e completar a outra. A escola ao ocupar o lugar da família tentará transmitir valores e conceitos de uma maneira coletiva. Ocorre que o aluno ao agir em casa em conformidade com o que foi ensinado na escola poderá entrar em conflito com os conceitos e hábitos da sua família. Esta realidade acabará por confundir ainda mais a criança que dependendo do lugar que esteja escuta ordens diferenciadas para uma mesma situação. A família não cumpre com a sua responsabilidade de educar e na maioria das vezes não acata as regras quando estas vão de encontro com a sua maneira de agir criando um choque na criança por não encontrar no seu lar o mesmo respaldo. A criança em formação não sabe distinguir qual é a maneira certa e sim qual é a maneira mais fácil. Se em casa tudo é permitido ele avança; se na escola existem regras e estas são praticadas ele as cumpre. Como ele não saberá quais valores são os corretos, estaremos criando oportunistas e não cidadãos. O certo e o errado não existe para ele e sim o aproveitar a oportunidade. Se na minha casa eu posso fazer o que na escola é proibido, eu vou aproveitar a minha casa e agir como eu quero. Será que é este tipo de pessoa que queremos formar? Já ouvi muito professor dizer que: não adianta insistir, pois a criança passa alguns anos na escola e o resto da vida com a família, então vou deixá-lo agir como ele quer. E a polêmica continua sem se saber a quem pertence a responsabilidade do ato de educar. A família abdicou desta função, mas não se preocupa se a escola irá suprir esta lacuna. Ao procurar uma escola para matricular seu filho não faz perguntas sobre qual o método utilizado, como agem diante de determinadas situações, quais valores são trabalhados e outros itens pertinentes visando o desenvolvimento total da criança. A real preocupação da família é se há aulas de computação, quantos alunos por computador, se há aulas extras como capoeira, balet, natação. Quanto mais cara for a mensalidade da escola mais exigirá em atividades extras e em diferenciais altamente dispensáveis não dando importância ao que realmente é importante: a formação do cidadão. E as escolas por saberem da importância do “aparentar” investem no que os pais dão maior importância, deixando o principal objetivo, que é o de educar e formar cidadãos em segundo plano. Tanto a escola quanto a família precisa hoje, mais do que nunca, exercitar valores nas suas ações diárias. Somente assim ensinaremos moral, ética e cidadania para nossas crianças. Eles têm que vivenciar, principalmente através dos exemplos das atitudes praticadas pelos que os cercam. Para viver em sociedade é preciso cumprir regras. Elas existem justamente para serem cumpridas e não para serem violadas. A época do jeitinho brasileiro tem que acabar definitivamente. Somente criando indivíduos com fortes conceitos de honra, moral e ética é que poderemos vislumbrar uma mudança radical no nosso país. Este processo é demorado, mas temos que dar o primeiro passo o quanto antes.
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